Janeiro é o mês escolhido para incentivar os cuidados com a saúde mental. O Janeiro Branco é uma campanha brasileira iniciada em 2014 e busca chamar a atenção para a importância do tema.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5,8% da população brasileira sofrem de depressão – um total de 11,5 milhões de casos. O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, que registram 5,9% da população com o transtorno e um total de 17,4 milhões de casos.
Desde 2017, o Brasil ocupa o nada orgulhoso 1º lugar em número de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o mundo. São 18,6 milhões de brasileiros que sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade. Os dados evidenciam ainda que o universo feminino é o mais afetado: 3,6% dos homens apresentam o problema, enquanto no caso das mulheres o número dobra, chegando a 7,7%. A diferença entre os gêneros está diretamente ligada a tripla jornada de trabalho das mulheres: emprego, serviços domésticos e família.
Durante todo o ano, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de João Neiva oferece atendimento à população realizando acolhimento e triagem multiprofissional, além de consultas com médico especialista em saúde mental, e ainda, oferece acompanhamento psicológico e visitas domiciliares.
Além dos médicos e psicólogos a equipe do CAPS é composta por enfermeiros e assistentes sociais. “Da mesma forma que cuidamos e alimentamos o nosso corpo, precisamos nos atentar para a relevância da saúde emocional”, destacou a coordenadora do CAPS Sandra Delaria Ramos.
Procura por ajuda aumentou com a pandemia - Além de mortes, restrições sociais e problemas econômicos, a pandemia do coronavírus que já dura quase dois anos, trouxe o agravamento de transtornos mentais na população. De acordo com a coordenadora do CAPS de João Neiva houve um aumento de 20% na demanda. A procura maior é de adolescentes e adultos com sintomas de ansiedade e depressão. A dependência química, principalmente de álcool, também aumentou consideravelmente. Isso se deve ao confinamento para evitar a propagação da doença. Com escolas fechadas e sem eventos sociais e familiares, a população sentiu os efeitos na saúde mental. “Os idosos também procuraram ajuda com as restrições impostas pelo coronavírus, mas percebemos que a demanda é muito maior entre os jovens e adultos”, afirma Sandra.
Cuide da sua mente - Mesmo com a correria do dia a dia, tire um tempo para cuidar de você, fazer o que gosta. Alimente-se bem e faça atividades físicas, esses dois hábitos são fundamentais para ter uma mente sadia. Mas como a mente humana é muito complexa não basta apenas isso. A atitude diante da vida e das adversidades, o que você consome em informações e as relações que possui interferem diretamente na saúde mental. E não tenha vergonha de pedir auxílio. Todos precisamos em algum momento da vida. Procure ajuda profissional para alcançar uma vida mais satisfatória.