Conheça a história de Maria Luiza Casotti Louzada, mais conhecida como Cotinha

Maria Luiza Casotti Louzada, mais conhecida como Cotinha (apelido dado pelo avô), nasceu em 01 de novembro de 1950, em Acioli. Filha de Filha de Clodoaldo Casotti e Gilda Girelli Casotti, se casou com Marcos Louzada, com quem teve Bruno, André e Eduardo. Anos mais tardes, se tornando avó de Anita, Betina, Antônio e José Eduardo.

11 de dezembro de 2020 às 00h00.

Maria Luiza Casotti Louzada, mais conhecida como Cotinha (apelido dado pelo avô), nasceu em 01 de novembro de 1950, em Acioli. Filha de Filha de Clodoaldo Casotti e Gilda Girelli Casotti, se casou com Marcos Louzada, com quem teve Bruno, André e Eduardo. Anos mais tardes, se tornando avó de Anita, Betina, Antônio e José Eduardo.

A infância de Cotinha foi vivida no meio rural, na localidade de Esperança. Ela conta com saudades, dos momentos inesquecíveis passados com a família, dos banhos de rio, dos grandes cafezais e dos pés de goiabeiras.

Aos seis anos de idade, Cotinha mudou-se com a família para o centro de Acioli, pois o pai desejava muito que filha começasse os estudos formais. Foi assim que a pequena Cotinha se dedicou a preparação para o difícil exame admissional da escola de Ibiraçú, na época muito auxiliada e incentivada pelo pai, que fazia questão de oferecer a jovem a oportunidade de frequentar uma boa escola. Graças a este primeiro influxo, foi admitida na escola e passou a ter como professores padres combonianos.

 Naquele mesmo ano de ingresso, aos 11 anos, Cotinha sofreu a perda do pai, um evento que mudaria sua vida para sempre: até então acostumada com as benesses de uma situação financeira estável e razoável, a família passou a enfrentar dificuldades. Para continuar a estudar na escola tão sonhada, precisou trabalhar na limpeza das mesas e salas como forma de compensar as mensalidades que não podiam mais ser quitadas. Foram dias difíceis, mas de muito aprendizado, pois toda aquela situação dolorosa ensinou a menina Cotinha a valorizar cada vez mais as pequenas coisas da vida e a batalhar por elas. Aquilo sedimentou todo o caminho percorrido dali em diante, como uma prévia para os futuros desafios.

Aos 15 anos, Cotinha e família mudaram para Fundão. Foi matriculada na escola normal Nair Miranda. Naquele período, a jovem não perdeu tempo e, leitora assídua a curiosa, leu os clássicos da biblioteca do colégio, de maneira que passou a ter como amigos autores como Machado de Assis, Jorge Amado. Mas foi a poesia de Fernando Pessoa e a música de Chico Buarque que imprimiram uma marca indelével no espírito da jovem. Foi nesse período também, ainda sofrendo as sequelas da perda paterna, que Cotinha, devidamente matriculada no curso de magistério, resolveu participar de um concurso de redação do qual saiu vencedora. Era o impulso que faltava para suas aspirações literárias, que desde pequena, graças a influência do pai, escrevia por gosto. Veio a luz seu primeiro soneto e daí em diante não parou mais de escrever.

Ainda aos 15 anos, foi escolhida entre os alunos da escola normal para fazer a saudação da ordenação de Dom Geraldo Lírio Rocha, acontecimento marcante na região. A adolescência ativa foi repleta de música (eram os tempos do iê, iê, iê e o rock roll imperava) e participação em grupos de jovens e trabalhos comunitários. Foi em Fundão que começou sua carreira profissional em um escritório de contabilidade. Graças aos conselhos e ajuda de seu professor Mário José Jahel, seu mentor poliglota e grande incentivador, conseguiu ingressar na Faculdade de Letras de Colatina. Cotinha se dividia entre o trabalho para custear a faculdade e ajudar no sustento da casa e os estudos. Dedicou-se inteiramente ao curso, onde aprimorou seus conhecimentos em língua e literatura portuguesa e francesa.

Por volta do final de 1960 e início de 1970, graças ao ambiente acadêmico e conversas com amigos, Maria tomou consciência da situação dos trabalhadores e da política do período. Era o início de seu envolvimento com a política. No trem que a levava de Fundão para Colatina manteve contato com outros jovens também interessados e insatisfeitos com os rumos da política. Era o período da ditadura militar (1964 – 1985). Mais adiante, já por volta de 1974, quando começou a atuar na Igreja Católica, com os grupos de juventude e nas comunidades eclesiais de base, foi que realmente se consolidou sua consciência política e ideal de sociedade, enfim, a visão de mundo tão desejado: fraterno, igualitário, socialmente justo ou, como era ensinado na teologia da libertação naqueles tempos, "um mundo em que o homem não mais seja vítima do próprio homem". Cotinha passou a criticar e a batalhar por melhores condições de trabalho, em um período em que a simples exposição ou defesa aberta de ideias poderia lhe render muitos problemas. O que de fato aconteceu. Foi seguida e monitorada por alguns meses por um agente do DOPS. Durante estes encontros de jovens, conheceu seu futuro esposo Marcos. Passou a lecionar francês e português em Timbuí. A professora Cotinha não era nada convencional. Suas aulas eram repletas de declamações e dramatizações de poemas e outros textos escritos, encenações, cantos dos textos em versos e canções de Chico, Caetano Veloso e Gilberto Gil.  Lecionou Português e Francês em Fundão, na Escola Normal Nair Miranda e no Ginásio Eloy Miranda entre 1968 e 1977.

Em 1976 Cotinha e Marcos se casaram e passaram a morar em João Neiva. Foi ali que constituiu sua família e se realizou profissionalmente como professora, escritora, cantora e na política. Seu esposo Marcos foi peça fundamental no incentivo e encorajamento para realização de todas essas atividades. Já como professora estabelecida na cidade, conseguiu criar um coral com 43 crianças chamado “Dó-Ré-Mi”, que passou a participar de inúmeras atividades no município. Foi em João Neiva onde deu continuidade a sua atividade política.

Em 1981, filiou-se ao PT (Partido dos Trabalhadores) e, em 1986, fundou, junto com outros companheiros, o PT do munícipio, ainda antes da emancipação. Foi eleita vereadora em 1988, na primeira eleição da recém emancipado João Neiva. Nesse primeiro mandato, que durou de 1989 a 1992, teve atuação destacada na elaboração da Lei Orgânica Municipal, com mais de 100 emendas aprovadas. Em 1996, elegeu-se novamente, com votação mais expressiva do que a primeira. Em ambos os mandatos, teve participação ativa, fazendo oposição combativa, firme, mas respeitosa, fiscalizando o Executivo e apresentando diversas proposições, aprovadas em sua maioria, como, por exemplo, emenda à Lei Orgânica que garantiu eleições diretas para diretores de escola, projetos de lei de reserva de 5% de vagas para portadores de deficiência; de adequação de prédios públicos para garantir acessibilidade; obrigando agências bancárias a instalarem portas giratórias; criação do Dia da Municipal da Água e do Dia Municipal da Literatura. Essa atuação fez com que eu fosse agraciada, por algumas vezes "Vereadora do Ano". Como escritora participou da I Semana Cultural, de 19 a 22 de julho de 1999, com exposição de textos poéticos.

De suas atividades literárias, publicou poemas em duas coletâneas: "Impressões", do Diário Oficial do Estado do Espírito Santo, em 1995, e "Quarta Coletânea - Poetas do Espírito Santo", da Associação Capixaba de Escritores, março/2001. Ganhou também um Concurso de poemas sobre o tema Maternidade, do Tribunal Regional do Trabalho/ES, em 2001. Em breve lançará seu mais novo trabalho como poetisa, intitulado “Flores de Maio”. Os valores arrecadados com a venda dos livros são doados ao Projeto Crubixá-JHJ e à Associação Pestalozzi de JN.

E não foi apenas na política e literatura que Cotinha contribuiu com a cultura do município. Participou também do grupo musical "Cordas Vocais", criado em 1994, composto por Cláudio Lyra, Dilca Caniçali e Odália Gabriel. Com esse grupo e em apresentação solo, participou da gravação do CD "João Neiva ao Vivo", inclusive cantando poema de sua autoria musicado por Cláudio Lyra. A renda da comercialização desse CD, gravado em junho/2000, foi doada ao Hospital Maternidade Sagrado Coração de Maria.

Cotinha é formada em Letras (Português - Francês e respectivas literaturas), com especialização em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa. Tem curso completo de Francês, com conversação, pelo Centro de Línguas da UFES. Foram 26 anos em sala de aula, lecionando Geografia, Francês, Português, Literatura e Educação Artística. Mudou-se para Vitória, ao encerrar seu segundo mandato de vereadora, em 2000, sem, entretanto, romper os laços com João Neiva. Hoje faz parte do Coro "Plena Voz", do TRT/ES, regido pelo Maestro Sanny Souza.

 

 

  

 

 

 

Texto: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Juventude e Esporte (Semuc). 

 

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