Março é o mês de conscientização sobre a epilepsia. Uma doença ainda repleta de tabus e mitos, mas que aos poucos, por meio da ciência e da informação vai se tornando cada vez mais conhecida, e os pacientes, libertos de preconceitos.
A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se expressa por crises epilépticas repetidas.
A doença tem várias causas. Uma crise epiléptica pode ser desencadeada por uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, etc. Às vezes, algo que ocorreu antes ou durante o parto.
As crises epilépticas podem se manifestar de diferentes maneiras: a crise convulsiva é a mais comum. A pessoa pode cair no chão, apresentar contrações musculares, salivação intensa e respiração ofegante.
Outra forma de manifestação é a desconexão completa da realidade. A pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos, como se estivesse “desligada”. Geralmente é de curta duração.
A pessoa também pode ficar em estado de “alerta”, fazendo movimentos automáticos, como ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida.
Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento ou contrações ou, então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou, ainda, alterações transitórias da memória.
Como se percebe, a epilepsia é uma doença orgânica como outra qualquer, sem causas sobrenaturais ou misteriosas. Seu tratamento é feito por meio de medicamentos que evitam as crises. Em casos mais graves, é possível intervenção cirúrgica.
Ao perceber que alguém está em um crise epilética é necessário proceder da seguinte forma: Coloque a pessoa deitada de costas, em lugar confortável, retirando de perto objetos com que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos; introduza um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar mordidas na língua; levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
afrouxe as roupas; caso a pessoa esteja babando, mantenha-a deitada com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva;
quando a crise passar, deixe a pessoa descansar; verifique se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a causa da convulsão; nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se); não dê tapas;
não jogue água sobre ela.
“A melhor forma de lidar com a epilepsia é estar bem informado. É preciso retirar os preconceitos sobre a doença e procurar ajuda. Em João Neiva, a população pode procurar as Unidades Básicas de Saúde para fazer o diagnóstico e ter acesso à medicação, disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde”, destaca a enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde Evelyn Freire Santos Pessotti.